A noite se me afigura uma fada,
De mistério fascinante tecida,
E encontro nela comprovada,
Uma das grandes delícias da vida.
Na noite me refaço e transformo,
Encontro motivo de deleite,
Até com a tristeza me conformo
E não existe embate que a rejeite.
Quando a noite chega me encanto,
Sua escuridão enigmática atrai,
E a fascinação logo em mim recai.
É essa escuridão como um manto,
Que me envolve em deslumbramento
E traz ao prazer seu complemento.
Pensei um dia ser invulnerável
Que mágoas e dores não me atingissem
Vi então que a vida era sempre implacável
E pedi a meus sentimentos que serenassem.
Andei pelos caminhos de meu sofrimento,
Aprendi a conviver com sua forte aridez,
Absorvi dessa hora profundo ensinamento
E sempre esperava em tensão a próxima vez.
Compreendi que a vida era condicionamento,
Absorvi cada experiência com intrepidez
E almejei vivê-la mais sabiamente talvez.
Procurei dar aos imprevistos meu consentimento,
Enfrentando com galhardia e muita emoção
As aflições que dominam e às lágrimas dão vazão.
Página produzida para o Tempo de Poesia em março/2012.
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