Então,
um homem disse-lhe:
Fala-nos do conhecimento de si.
E ele respondeu:
Os vossos corações conhecem,
no silêncio,
os segredos dos dias e das
noites.
Mas os vossos ouvidos têm sede
de ouvir finalmente
o eco do saber dos vossos
corações.
Gostaríeis de saber pelo verbo
o que sempre soubeste pelo
pensamento.
Gostaríeis de sentir com os
dedos
o corpo nu dos vossos sonhos.
E está certo que assim o
queirais.
A fonte oculta da vossa alma
deve necessariamente
jorrar e correr a murmurar para
o mar;
e o tesouro das vossas
profundezas infinitas
revelar-se aos vossos olhos.
Mas que não haja balança
que pese o vosso tesouro
desconhecido;
e não procureis explorar os
abismos do vosso saber
com a vara ou com a sonda,
pois o eu é um mar sem limites
e sem medida.
Não digais: "Encontrei a
verdade",
mas antes: "Encontrei uma
verdade."
Não digais: "Encontrei o
caminho da alma."
Mas antes: "Cruzei-me com a
alma que seguia pelo meu
caminho."
Pois a alma percorre todos os
caminhos.
A alma não caminha sobre uma
linha
nem se alonga como uma vara.
A alma abre-se a si própria
como se abre um lótus de
inúmeras pétalas.
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produzida para o Tempo de Poesia em setembro/2007.
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