Ah! como me parece inútil
tudo quando
sobre nós tenho escrito e
hei de ainda compor...
não há verso que valha uma
gota de pranto
nem poema que traduza um
segundo de dor.
Nem palavra que exprima a
singeleza e o encanto
de um pedaço do céu, de um
olhar, de uma flor!
Ah! como me parece inútil
tudo quanto
na vida, tenho escrito sobre
o nosso amor.
Não devia existir a
palavra... Devia
existir tão somente a
infinita poesia
dos gestos e da luz, - que o
amor do meu enlevo
quando o sinto, é profundo,
indefinido e imenso,
mas se o chão tão grande
quando nele penso
parece-me tão pouco se sobre
ele escrevo! |