Na noite que já se fez,
Meu olhar perscruta o escuro,
Numa incessante busca,
Da origem e nascimento.
Momento tão íntimo e solitário,
Que marca a chegada,
Início de um caminho,
Que desejamos sempre perpetuar.
Ah como é tolo o ser humano,
Ao ignorar que por trás do véu,
Descortina-se um horizonte
De existência, viva alma.
Modifico-me a cada dia,
Como se não fosse uma só,
Tenho encontrado pedras,
Muitas pedras,
Mas servem para não seguir
Um só caminho, uma só solução.
Vou em frente,
Sem regras ou leis,
Procuro a Deus,
Não olho só para esta vida,
E isto tem me enviado forças,
Momentos fracos?
Medo?
Sempre, mas me recriando
E tentando conhecer ainda mais
Este presente do Criador,
Esta vida que nada mais é
Que uma passagem,
Que devemos amar,
E perseverar.
Ando por este mundo,
Atrás de minhas verdades,
Não tenho medo de mudar,
De formas, de maneiras, de caminhos
O silêncio é minha saída,
Quando desejo uma resposta,
Vida que segue em frente,
E sem me dar conta,
Sinto um vazio,
É minha natureza,
Tão triste...
Por não saber definir
O motivo,
De estar por aqui,
Alternando momentos,
Sorrindo devagar,
E chorando baixinho.
A vida é assim,
Um dia a gente está lá no topo,
Sorrindo, feliz,
Noutro vem aquele vazio,
E os males que são da existência,
Tudo nem corre perfeito,
Mas também não é tão sombrio,
E entre os dois a gente caminha,
Entre pedras e flores,
Entre altos e baixos,
Procurando tirar
Sorrisos da tristeza
E lágrimas da alegria.
No caminho,
Vários atalhos,
Mas não enxergo,
A noite está escura,
Do coração brota lágrima,
Da dúvida,
Da incerteza,
Sem nada vislumbrar,
Falta tudo
E não falta nada,
É o vazio,
A atormentar.