Pensei
fazer uma obra-prima em verso p’ra você...
Algo, assim, que o deixasse entre pasmo e admirado
ao conhecer um segredo tão arrebatadamente
apaixonado,
e desejasse correr para os meus braços e neles se
perder...
Queria o dom do verso, do verbo, da palavra
fácil...
Queria que fluísse da minha pena ternos poemas,
que jorrasse do meu pensamento o doce sentimento
que fica guardado, por medo censurado,
enclausurado...
Amo você com um carinho tão especial e imenso!
Amo-o mesmo na impossibilidade de dizer que amo,
nas banais palavras trocadas numa relação rotineira
que supõe trivialidade, sem convencer que é
verdade...
Amo-o concretamente como vejo o sol, as estrelas, a
lua,
como percebo o verde ostensivo que verdeja os
campos,
como a cristalinidade da água que umedece o meu
corpo.
Amo você nos rostos anônimos que enxergo na rua.
Ao mesmo tempo amo você velada, doce e levemente,
como uma pluma que bordeja ao sabor da brisa amena –
um sonho que não se faz na concretude da vida plena
mas no sutil sonambulismo de um sonhador incoerente.
Amo você na suave harmonia de uma doce melodia,
nos tons exóticos da natureza, na subjetividade da
beleza.
Amo você sem poder me expor, amo-o silenciosamente
na quietude do meu eu, com suprema e terna leveza.
Nas horas de profunda reflexão, nas atribulações
dos dias,
nos medos do mundo, na insensatez, nas doces
alegrias,
na paz de um céu azul com nuvens a se mover
dormentes,
amo-o com uma afeição mansa e profunda,
desesperadamente...
Amo você na idealização do amor mais-que-perfeito.
(Talvez nem mesmo deseje que saiba o quanto amo
você!...)
Talvez queira ainda manter esta aura pura de
irrealidade
mas, paradoxalmente, correr aos seus braços e neles
me perder...
Página
revitalizada
para o Tempo de Poesia em setembro/2017
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