A dor que abate, e punge, e nos tortura, 
que julgamos às vezes não ter cura 
e o destino nos deu e nos impôs,
é pequenina, é bem menor, e até
já não é dor talvez, dor já não é 
dividida por dois.

A alegria que às vezes num segundo
nos dá desejos de abraçar o mundo,
e nos põe tristes, sem querer, depois,
aumenta, cresce, e bem maior se faz,
já não é alegria, é muito mais 
dividida por dois.

Estranha essa aritmética da vida,
nem parece ciência, parece arte; 
compreendo a dor menor, se dividida,
não entendo é aumentar nossa alegria
se essa mesma alegria
se reparte.

 

                     


                   

Página produzida para o Tempo de Poesia em janeiro/2012
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