Inauguras em mim uma
estação de flores, primavera antecipada, mal o inverno se despede.
Tu me concedes explosão de brilho e cores onde o cinzento inda se
faz presente, nos galhos das árvores, nas folhas secas espalhadas
pelo chão.
Borboleta, bêbada de luz, voleio à tua volta, enfeitiçada pelo
brilho opalino dos teus olhos.
Eu, que dantes não me via a dividir espaços, olho-te, despojado e
nu, sobre os lençóis de seda... e tudo o que eu quero agora é
repousar sobre o teu peito, até que os pássaros anunciem o novo
dia...
E o teu ressonar tranqüilo do meu lado é a minha mais doce canção de
ninar...
SBC - 31.08.04 |