De
dentro
do
coração
Maria
Tereza©
(À
minha
amiga
Cibele
Menini)
Por
mais
decepções
que
tenha
tido
com
pessoas
humanas,
continuo
mantendo
a
minha
fé
nelas.
O
ser
humano,
na
sua
eterna
facilidade
em
perdoar
as
coisas
e
se
ajustar
a
situações
novas
e
conflitantes,
sempre
arruma
um
jeito
de
não
cumprir
com
os
objetivos
que
promete,
desde
a
última
decepção.
Como
eu,
que
sempre
digo
que
se
perder
a
fé
no
ser
humano
não
preciso
mais
viver.
Acontece
que
vêm
as
decepções,
sofre-se,
procura-se
conhecer
os
motivos
que
o
outro
teve
para
provocar
a
decepção
e
acabamos
tocando
a
vida
em
frente,
sempre
com
a
disposição
de
acreditar.
Pode
ser
uma
filosofia
meio
à
moda
Polyanna,
mas
nunca
quis
crer
que
só
temos
coisas
ruins
ou
só
coisas
boas.
A
vida
é
uma
conjugação
das
duas.
Depende
muito
também
de
nós
enxergar
a
vida
de
forma
isenta,
para
saber
que
tudo
passa:
as
dores
e
as
alegrias.
E,
para
cada
dor,
ganhamos
uma
ou
mais
alegrias.
Felizmente,
ainda
podemos
creditar
alegrias
a
pessoas
humanas.
Não
dei
muita
sorte
este
ano
com
as
pessoas.
Foram
várias
decepções,
inúmeras
injustiças
comigo
e
com
pessoas
amigas,
que
me
deixaram
muito
triste
(e
descrente).
Depois
de
vários
fracassos
nas
relações
humanas,
ficamos
sempre
propensos
a
crer
que
ninguém
mais
é
capaz
de
arroubos
de
generosidade,
bondade,
delicadeza,
porque
é
fato
notório
que
todos
estamos
muito
individualistas
ultimamente.
Contudo,
pelo
menos
comigo,
sempre
funcionou
de
uma
forma
meio
mecânica:
quando
acho
que
nada
vai
sobrar
da
minha
fé,
tenho
uma
surpresa
tão
fantástica,
que
sinto
vergonha
em
pensar
que
estive
descrente
do
ser
humano
durante
algum
tempo.
Tenho
ímpetos
de
enterrar
a
cabeça
na
areia,
como
um
avestruz,
para
fugir
da
minha
vergonha
e
enterrar
dentro
de
mim
mesma
tudo
o
que
me
sobra
de
entendimento,
para
ver
por
que
e
onde
errei
no
julgamento.
O
meu
último
milagre
atende
pelo
nome
de
Cibele.
Que
mora
a
milhas
e
milhas
distante
de
mim,
que
nunca
olhou
no
meu
olho,
que
nunca
pôde
constatar
se
eu
digo
verdades
ou
mentiras
mas,
mesmo
assim,
me
entregou
uma
amizade
tão
linda,
tão
grande,
tão
limpidamente
abnegada
que
ontem,
ao
ter
um
gesto
de
carinho
para
comigo,
me
deixou
absolutamente
sem
palavras
(logo
eu,
sempre
tão
palradora).
Porque
eu
não
acreditava
que
alguém
pudesse
fazer
por
outrem
o
que
ela
fez,
que
alguém
pudesse
ter
um
gesto
de
delicadeza
que
extrapolasse
qualquer
egoísmo
humano,
que
alguém
fosse
capaz
de
dar
uma
lição
de
amor
tão
grande
e
profunda
que
pudesse
me
nocautear.
Não
direi
o
gesto
da
minha
amiga,
apenas
que
raramente
costumo
ver
manifestações
tão
genuínas
de
amor
e
carinho.
Aliás,
o
primeiro
e-mail
que
ela
me
escreveu
foi
liricamente
uma
declaração
de
carinho,
amizade
e
admiração,
pra
mim,
coisa
meio
incompreensível.
Digo
isso
porque
me
acho
tão
comum,
que
me
parece
meio
herético
que
alguém
sinta
admiração
por
mim,
principalmente
porque
ela
me
conheceu
através
das
minhas
poesias
e
do
site
que
tenho
no
ar.
Depois
deste
e-mail
é
que
passamos
a
nos
corresponder,
falar
ao
telefone,
em
programas
de
conversação
simultânea
e
pude
ter
a
honra
e
a
satisfação
de
conhecer
uma
alma
linda
e
generosa,
surpreendentemente
apaixonada
e
muito
inteligente.
Hoje,
depois
de
mais
de
dois
anos
de
amizade
virtual,
aprendi
a
dedicar-lhe
uma
profunda
admiração,
um
enorme
carinho
e
um
terno
agradecimento
por
todas
as
vezes,
por
todo
o
sempre
em
que
me
apoiou
e
amou,
me
deu
colo
e
inúmeros
motivos
para
crer
que
ainda
existem
pessoas
extremamente
delicadas
e
amigas
neste
mundo
de
meu
Deus.
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