Teus poemas, não os dates nunca... Um poema
não pertence ao Tempo... Em seu país estranho,
se existe hora, é sempre a hora extrema
quando o anjo Azrael nos estende ao sedento
lábio o cálice inextinguível...
Um poema é de sempre, Poeta:
O que tu fazes hoje é o mesmo poema
que fizeste em menino,
É o mesmo que,
depois que tu te fores,
Alguém lerá baixinho e comovidamente,
a vivê-lo de novo...
A esse alguém,
que talvez ainda nem tenha nascido,
dedica, pois, os teus poemas.
Não os dates, porém:
as almas não entendem disso...
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