Sobre a conversação
Gibran Khalil Gibran


...Então, um literato disse: - "Fala-nos da conversação".
E ele respondeu:
- "Vós conversais quando deixais de estar em paz com vossos  pensamentos. E quando não podeis mais viver na solidão de vosso coração, procurais viver nos vossos lábios, e encontrais então uma diversão e um  passatempo nas vibrações emitidas. Em grande parte de vossas conversações, o  pensamento é meio assassinado. Pois, o pensamento é uma ave do espaço que,  numa gaiola de palavras, pode abrir as asas, mas não pode voar.

Há entre vós, aqueles que procuram os faladores por medo da solidão. A quietude da solidão revela-lhes seu eu-desnudo, e eles preferem escapar-lhe. 
E há aqueles que falam e, sem o saber ou prever, traem uma verdade que eles  próprios não compreendem. E há aqueles que possuem a verdade dentro de si, mas não a expressam em palavras. No íntimo de tais pessoas, o espírito 
habita num silêncio rítmico.

Quando encontrardes vosso amigo na rua ou no mercado público, deixai que o espírito que esta em vós ponha em movimento vossos lábios e dirija vossa língua. E que a voz escondida na vossa voz fale ao ouvido de seu ouvido;  pois sua alma guardara a verdade de vosso coração, como é lembrado o sabor do vinho. Mesmo depois que a sua cor houver sido esquecida, e a taça que o 
continha não mais existir."


Trecho do livro "O Profeta"

 

                       

 

 

Clicando aqui

ou aqui

Página produzida para o Tempo de Poesia em setembro/2007.
Proibida sua reprodução, no todo ou em parte.
Copyright 2005 © Maria Tereza Armonia
O conteúdo deste site é protegido pela Lei de Direitos Autorais de nº 9.610,
de 19 de fevereiro de 1998, e pelos tratados e convenções internacionais.

Melhor visualização 1024X768