Porque não me pertences eu te
sinto minha.
Sei que estou no teu sono e nos
teus movimentos.
Ah! se já tivesse apertado ao
meu peito
talvez me pertencesses, - e não
fosses minha.
Quantas, quantas julguei
possuir, tive-as na posse
e perdi-as no instante em que a
taça se esvaziou.
Ah! morremos de sede! E é água
pura que canta
perto de nós, no abismo, esse
amor que não temos.
Morro de sede, e sofro... Ó
música tão perto
e tão longe na minha solidão
ardente!
- Quanto não a ouvirei porque a
terei nos lábios?
Quando a possuirei sem notar-lhe
a pureza?
E a beberei sem ver, que a
estou, lento, matando,
e estou, lento, morrendo, sem
saber que morro? |