Razão e emoção
Maria Tereza*


Há dias em que a vida não nos comporta. Ou, talvez, nós não comportemos a vida. Há momentos em que a pressão é tão forte e tão intensa, que nos sufoca num cubículo mínimo, onde não entra ar, luz ou calor. Daqueles momentos densos, em que tudo o que queremos é dar um grito de basta! e romper com todos os laços que nos ligam ao mundo e volitar e virar espuma e ser nuvem e dissolver.
Normalmente, são momentos em que a materialidade supera a espiritualidade e faz com que nos sintamos mesquinhos e pequenos frente a problemas nunca desejados.
Ou quando perdemos alguém a quem muito amamos, não necessariamente do outro sexo, não necessariamente amante, mas que faz e fez parte da nossa vida e foi importante no nosso caminho.
Ou quando nos decepcionamos com alguém a quem consideramos amigo, a quem contamos nossas confidências e que acabou por trair a nossa confiança. 
Quando percebemos que as pessoas não conseguem se soltar da sua mesquinhez humana... e enganam.
Quando vemos perderem-se esperanças por causa da pequenez de certos seres humanos.
Neste momento, se pudéssemos nos alienar do mundo, mesmo apenas durante o momento difícil, creio que o faríamos com prazer.
Se pudéssemos esconder a razão por sobre o travesseiro e vivermos apenas os sentidos, sem prestarmos atenção se pensamos ou deduzimos ou nos consumimos...
Porque ter racionalidade em certos momentos é um prêmio que transforma-se em maldição. A racionalidade, apesar de todos os esforços para provar que endurece as pessoas, é a principal responsável pelas nossas emoções. Se não tivéssemos a capacidade de entender, de reelaborar as informações que nos chegam de fora, não precisaríamos sentir dor, raiva, desespero, decepção e todos os outros sentimentos negativos que por vezes sentimos e que nos fazem tão mal.

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