ESTES
meus tristes
pensamentos
vieram de estrelas
desfolhadas
pela boca brusca
dos ventos?
NASCERAM
das encruzilhadas,
onde os espíritos
defuntos
põem no presente
horas passadas?
ORIGINARAM-SE
de assuntos
pelo raciocínio
dispersos,
e depois na
saudade juntos?
SUBIRAM
de mundos
submersos
em mares, túmulos
ou almas,
em música, em
mármore, em
versos?
CAÍRAM
das noites calmas,
dos caminhos dos
luares lisos,
em que o sono abre
mansas palmas?
PROVÊM
de fatos
indecisos,
acontecidos entre
brumas,
na era de extintos
paraísos?
OU
DE ALGUM cenário
de espumas,
onde as almas
deslizam frias,
sem aspirações
mais nenhumas?
OU
DE ARDENTES e
inúteis dias,
com figuras
alucinadas,
por desejos e
covardias?...
FORAM
as estátuas
paradas
em roda na água
do jardim...?
Foram as luzes
apagadas?
OU
SERÃO feitos só
de mim,
estes meus tristes
pensamentos
que bóiam como
peixes lentos
num
rio de tédio sem
fim?
Do
livro "Flor
de Poemas" |