Acho que as pessoas têm o costume de fechar-se para balanço nos últimos minutos de um ano que se finda ou nos primeiros do que chega. Mas, há momentos, em que a gente se fecha compulsoriamente para um balanço da vida.
Aconteceu comigo: fechei-me para balanço, fechei-me em mim e para mim mesma.
Não sei se isso significaria um repensar, uma tomada de consciência, um fechamento do Passivo para usufruto do Ativo, quando houver.
A contabilidade da vida é uma coisa meio aleatória. O recurso é buscado, trabalhado, batalhado e, muitas vezes, passa a fazer parte do Ativo Permanente. Outras, ganhamos cada ‘prêmio’ da vida, que fica fazendo parte daquele Passivo Flutuante, que a gente compreende e assume como obrigação, mas não tem nenhum prazer em consolidar ou quitar.Via de regra, todo Ativo é inferior ao Passivo e as obrigações se avultam de tal forma, que somos obrigados a abrir a conta do Passivo Mórbido, aquelas do tipo que ninguém gostaria de abrir, nunca.
No método das partidas dobradas, concluo que o meu Ativo está bem menor que o Passivo, o que significa que os meus ganhos estão muito aquém das minhas obrigações, tornando o meu Passivo Mórbido difícil de administrar.
Significa ainda que, contabilizando toda a minha vida, tive mais perdas que ganhos e, por isso, fechei-me para uma análise do Balanço Geral, objetivando descobrir onde estão os erros.
Não que eu tenha que prestar contas deste Balanço a alguém, mas é mais por uma necessidade pessoal, já que o ser humano é pródigo em não ser o único pilar no seu eixo: ele tem necessidade de gravitar em torno de vários eixos e eleger um como seu parâmetro.
Neste exercício de infindáveis comparações, se olharmos para trás, podemos até perceber que não foram poucos os ganhos que tivemos. Contrapartida, se olharmos para a frente, não deixamos de nos sentir humilhados, pequenos e carentes de uma série de coisas que elencamos como necessárias à nossa vida. (Este exercício cada um entenda como melhor lhe aprouver, usando os elementos que mais fizerem sentido para si no momento da leitura deste texto).
Percebo, a partir daí e de várias outras contingências, que o meu fechamento está durando mais do que o necessário. Neste sentido, existem dois caminhos que tenho que escolher, obrigatoriamente: ou abro novamente as portas ou encerro de vez as atividades, abrindo uma concordata sem data marcada para findar ou declarando uma falência iminente.
Na verdade, penso que já decretei esta falência, mesmo sem ter feito o aviso formal. Quando perdi a última conta do Ativo Permanente, tamanho foi o rombo que a falência deu-se de forma natural.
Voltando, finalmente, ao método das partidas dobradas, acho que zerei o Balanço. Quer dizer, zerei o Ativo, porque o Passivo Mórbido continua monstruoso, reclamando por soluções que não estão, por enquanto, dentro das minhas possibilidades e limitações, passíveis de resolver.
Assim, desde que ainda existe uma diferença nesta conta e nenhuma possível solução à vista, acho que não há outra saída senão continuar Fechada para Balanço.
20/02/2005

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