Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca
cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o
número um e o número dois,
de como vi a linha de
mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música
existe uma nota,
entre dois fatos existe um
fato,
entre dois grãos de areia
por mais juntos que estejam
existe um intervalo de
espaço,
existe um sentir que é entre
o sentir
- nos interstícios da
matéria primordial
está a linha de mistério e
fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do
mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.
Página produzida para o
Tempo de Poesia em Março/2016.
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Copyright 2016 Maria Tereza Armonia
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