Primeiro ato

Contraceno com a outra de mim...
figuras que se misturam
ou se controvertem?
Se entendem
ou se agridem?
Opostas
ou paralelas?
São muito diferentes
as
mulheres da minha vida...
gato e leão
pedra e água
razão e emoção
não sei precisar a que prefiro:
a
que prima pela razão 
ou a que se desdobra em emoção...

Segundo ato

A razão se desfez como areia na praia...
A
mórbida emoção do adeus raia
em meus momentos infrutíferos,
inseguros, mal-queridos, maçantes.
Não lugar neste contexto estéril -
sem rumo, sem vida, sem sorte.
Não é heresia de um coração partido
desistir da vida e desejar a morte.

Terceiro ato

A vida matreira vive de brincadeira
mantendo o sopro que se quer apagar.
Qual vela de luz bruxuleante
que pode apagar-se a qualquer instante
mas se mantém luzidia por um jogo de azar.
Um vento que bata, uma brisa apenas,
é
capaz de apagar a ínfima luz amena
e jogar ao tempo a essência expirada
tão somente mantida acesa
pela incoerência de um destino fugaz
sem racionalidade para escolher
entre quem e quem deve levar.

Quarto ato

Quisera depor-me da pesada roupagem
que envolve a minha essência...
criar asas e voar, criar liberdade
poder deixar o peso do caminhar...
Criar asas e voar, rumo ao nada
Ou ao tudo, nem sei bem o que
Ser feliz sem dissimular a máscara,
Encontrar no éter quem mais amar.
 

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Midi: Intermezzo da Cavaleria Rusticana -
sequenciada por Geraldo Magela

Página produzida para o Tempo de Poesia em maio/2017
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